Wednesday, 16 January 2008

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

António Ramos Rosa

2 comments:

Ck in UK said...

Gosto especialmente do e urgente o amor do eugenio andrade. Sempre me disse muito, esse poema.

Anonymous said...

Descobriste o meu poema preferido de todos os tempos e o poeta...mas de ti, nao é surpresa...:) um beijinho grande e saudades...monica cunha